Os millennials começaram a assumir papéis de maior relevância nas empresas familiares e sentem-se prontos para serem agentes de mudança no processo de transformação digital. Cientes da relevância, do privilégio e da grande responsabilidade de liderar uma empresa, os novos líderes enfrentam dificuldades, mas também contam com fortalezas.
Confira abaixo o que líderes de empresas familiares podem aguardar de seus sucessores. Além disso, entenda como os novos líderes têm visto o desafio e quais são suas expectativas:
1 – Orientação para transformação digital
Segundo pesquisa da PwC NextGen, 61% dos novos líderes identificam a tecnologia como um dos três instrumentos de mudança mais importantes para empresas familiares. Agora, entre as tecnologias mais importantes para atingir a transformação digital estão a Internet das Coisas (71%), Inteligência Artificial (63%) e a Robótica (47%).
O alcance destes instrumentos passa pela aquisição de talentos com especificidades relacionadas à tecnologia entre suas hard skills. Para o sócio e líder da área de Cultura e Inovação da Evermonte, Felipe Ribeiro, dentre as características mais desejadas nos executivos, estão a capacidade analítica e um perfil data driven.
Além disso, é essencial que todos tenham um conhecimento tecnológico profundo. “Não é mais admissível que a tecnologia fique restrita a área de TI. Uma dica que damos a todos os executivos de quaisquer áreas do negócio, é para que entendam mais sobre tecnologia, especialmente àquelas relacionadas às suas áreas”, comentou Felipe no Encontro AAA Minds.
2 – Busca de espaço para mostrar o potencial
Os novos líderes que chegam às empresas familiares têm fôlego, mas precisam contar com a confiança de seus pares para desbravar novos caminhos. Com idades entre 25 e 34 anos, segundo a pesquisa NextGen, os próximos líderes querem ser agentes da mudança, mas sentem que seus atuais gestores não os ajudam como deveriam.
Ainda sem o apoio necessário para tomar as decisões mais importantes, os novos líderes identificam algumas barreiras para alcançar a plenitude na posição que ocupam. Em pesquisa da PwC, a maioria dos entrevistados apontou o nível de experiência como o principal obstáculo. Além disso, essa percepção é agravada quando coexiste com a falta de experiência com o próprio negócio da família.
Por fim, o desejo mais comum entre os millennials ouvidos é ter voz sobre aquilo que mais têm conhecimento: a transformação digital por meio do desenvolvimento de estratégias eficazes.
3 – Foco no desenvolvimento de habilidades
Sabendo das próprias limitações, os novos líderes arregaçam as mangas para buscar novas habilidades que podem impactar positivamente o negócio da família. Dentre as características mais estimadas e com possibilidade de desenvolvimento, estão a criatividade e inovação, orientação para resultados e a resolução de problemas.
Pessoas com perfil criativo e inovador têm a característica positiva de alta tolerância ao risco, mas sentem dificuldade em cumprir regras e se adaptar a processos.
Já a orientação para resultados demonstra o quanto um líder é resiliente às distrações, segue processos e vai além do que é proposto ao fazer entregas. O ponto de atenção nesse perfil reside na dificuldade em mudar de planos, sendo que a adaptabilidade também deve ser uma das características da liderança.
A aptidão para resolução de problemas também está em alta, e a análise sobre essa característica indica a capacidade de uma pessoa em transformar um plano em entrega bem sucedida. Ou seja, líderes que possuem essa característica são orientados para metas, tendo boa desenvoltura mesmo frente a problemas complexos.
Para o desenvolvimento de tais características, diversas formas de aprendizagem podem fazer parte do processo de evolução até a estabilização no cargo.
Os novos líderes veem no contato próximo com membros do conselho a oportunidade ideal para aprender na prática como são tomadas as decisões mais importantes. Desta forma, todo o conhecimento é visto de forma prática e é possível encontrar mais rápido o caminho para a transformação digital.
Em síntese, percebe-se que apesar de não saberem como, os líderes que estão chegando ao mercado desejam contribuir com a empresa da família e deixar sua própria marca. Mas quando o assunto é empresa familiar, ainda há relações a serem zeladas, um nome e uma tradição.
Os novos líderes estão atentos às questões mais delicadas que vêm junto com uma posição de prestígio e estão abertos a receber auxílio dos mais experientes. Assim, a transformação digital pode fazer parte do âmago da empresa, garantindo a longevidade da companhia. Por último, se há dúvidas de como o corpo diretivo pode auxiliar na transformação digital da empresa e da cultura familiar, confira o case da atuação da Evermonte neste tipo de processo: Mudança de cultura familiar para multinacional.
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