Diversas habilidades são consideradas imprescindíveis no momento de contratação. No entanto, entre a superabundância de soft e hard skills requeridas pela maior parte das companhias, uma das mais significativas é a interculturalidade. Em geral, lideranças com experiências em múltiplas culturas organizacionais tendem a demonstrar uma maior predisposição à integração e à adaptabilidade, além de possuírem uma perspectiva mais ampla em relação à realidade de mercado.
Somando-se a isso, a vivência intercultural fomenta uma mentalidade flexível e, por consequência, também facilita a compreensão das especificidades de cada cultura. Nesse sentido, o contato com diferentes necessidades (seja em relação a clientes, equipe ou à própria gestão) tem sido bastante demandado nos últimos tempos, sobretudo em empresas que anseiam internacionalizar seus executivos.
Neste artigo, apresentamos seis vantagens da contratação de lideranças interculturais – e, é claro, seis motivos pelos quais as pessoas deveriam atentar-se à interculturalidade como um fator de aprimoramento.
1. Perspectiva global
A partir de uma atuação pautada na multiplicidade cultural, lideranças das mais diversas áreas tornam-se ainda mais capacitadas. Com um extensivo conhecimento de negócios globais, por exemplo, cria-se um entendimento reconhecido sobre como a indústria opera a nível internacional, como os clientes se comportam em diferentes lugares, como os concorrentes agem e, não menos importante, como a companhia pode ser impactada (positiva ou negativamente) de acordo com sua posição geográfica (e, inevitavelmente, cultural).
2. Comunicação efetiva
Uma comunicação efetiva é desenvolvida pela experiência. Por isso, tratar da temática da interculturalidade implica diretamente em falar sobre comunicação. Pessoas que já conviveram com outras realidades costumam exteriorizar suas percepções de forma clara e acessível, o que facilita o relacionamento com a equipe e, a longo prazo, pode intensificar a produtividade, posto que as necessidades são transmitidas pretendendo o ganho coletivo.
Ainda, a liderança intercultural adquire uma excelente capacidade de reunir pontos de vista divergentes, promover o consenso e construir redes de conexão para alcançar seus objetivos. Sob essa análise, a diplomacia – que envolve ouvir abertamente e atentar-se às entrelinhas -, é parte indissociável do profissional intercultural, cuja facilidade em dialogar, com toda certeza, encontra-se no topo de suas qualificações.
3. Adaptabilidade e flexibilidade
Isso significa que, por meio da conexão com outras pessoas, essa liderança torna-se extremamente adaptável e flexível, podendo navegar entre distintas concepções, culturas e modelos organizacionais. Entretanto, deve-se reiterar que nenhuma das duas características está ligada à falta de posicionamento – muito pelo contrário. Embora seu perfil seja altamente moldável, também é estrategicamente construído, fazendo-lhe se posicionar com perspicácia (e no timing certo).
4. Resolução de conflitos
Conflitos existem em qualquer lugar do mundo. Todavia, as inúmeras maneiras de resolvê-los não são integralmente conhecidas por todas as pessoas. A liderança intercultural, por sua vez, aprende a lidar com as inconformidades a partir de múltiplas abordagens – que, em linhas gerais, permeiam a negociação, a conciliação, a mediação e a arbitragem -, caracterizando-se como uma ótima fonte resolutiva.
5. Inteligência cultural
Em resumo, a inteligência cultural pode ser descrita como a habilidade de se adaptar e relacionar com novas culturas, dando espaço a novas formas de fazer as coisas (e de ver o mundo). Também conhecida como Quociente Cultural (QC), é considerada um elemento de distinção no mercado executivo, posto que ajuda a desenvolver um repertório que contempla a dialogicidade e impulsiona a gestão integrativa.
Ademais, abrange quatro pilares: motivação (para conhecer novas culturas), cognição (as maneiras pelas quais as pessoas se relacionam com as normas e culturas de outros locais), metacognição (a capacidade de entender outros pontos de vista a partir da cultura em que se encontra) e comportamento (respeito e adaptação a diferentes culturas).
6. Expansão de mercado
As lideranças interculturais, muitas vezes, possuem um conhecimento profundo sobre mercados locais, compreendendo a análise efetiva de comportamentos, preferências e tendências dos consumidores. Esse é um ativo substancial para organizações que buscam ampliar sua atuação para novos mercados de modo estratégico.
Outro ponto interessante é a alta capacidade de adaptação na linguagem e nos processos de cada negócio – isto é, nas mensagens de marketing, estruturas de preço e canais de distribuição desenvolvidos de acordo com o novo mercado. Ainda, os líderes interculturais podem trazer uma grande vantagem competitiva através da identificação de lacunas mercadológicas e da diferenciação da concorrência.
Hoje, frente a um contexto de transformação digital e cultural, saber como se conectar a diferentes pessoas (e negócios) é fundamental para o crescimento de toda e qualquer empresa. Logo, atrair e reter lideranças interculturais é uma ótima estratégia, principalmente no que se refere a companhias cujo propósito encontra-se pautado pela inovação contínua.