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Quais são os principais motivos para o sucesso empresarial das companhias catarinenses?

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Quais são os principais motivos para o sucesso empresarial das companhias catarinenses? | Evermonte


De acordo com o ranking 500 Maiores do Sul, divulgado no final de 2023 pelo Grupo Amanhã, em parceria com a PwC Brasil, há uma diferença significativa entre Santa Catarina e os outros dois estados no que se refere à localização das maiores companhias. No Rio Grande do Sul e no Paraná, é possível identificar percentuais mais equilibrados no comparativo entre o interior e a região de suas capitais. Em relação à SC, a maior parte das grandes empresas (cerca de 82%) estão localizadas no interior do estado.

Outro ponto interessante é que Santa Catarina aparece em três posições do Top 4, alcançando o primeiro, terceiro e quarto lugar a partir da análise do Valor Ponderado de Grandeza. Além disso, conta com 141 empresas no ranking completo, e estas, por sua vez, representaram em média R$354,6 bilhões de receita líquida apenas no ano de 2022. Sob essa perspectiva, a relevância do estado para o desenvolvimento da economia sul-brasileira é indiscutível (inclusive, hoje, SC possui o menor índice de desemprego do Brasil).

Entretanto, quais seriam os principais motivos para o sucesso empresarial das companhias catarinenses? Quais são as dificuldades para atrair executivos? É esse questionamento que procuro responder aqui.

Boa leitura!


Algumas das empresas de Santa Catarina que figuram entre as 500 maiores do Sul são 100% oriundas do estado. Outras, no entanto, são subsidiárias de conglomerados de diferentes localidades (ou nacionalidades), cuja sede administrativa da operação brasileira encontra-se situada no Estado. O fato é que a região, em geral, abriga companhias líderes de mercado em distintos segmentos, e isso, sem dúvidas, representa a potência de sua competitividade estratégica. Assim, apresento algumas das principais razões para que seus números permaneçam em ascensão:

1. Crença e investimento em governança corporativa

Independentemente do porte da empresa, investir em governança corporativa é uma das principais estratégias de qualificação da gestão. De acordo com Alidor Lueders, consultor e conselheiro da WEG (que está no Top 4 das maiores empresas do Sul), a implantação do conselho foi, em sua percepção, uma grande virada de chave para a companhia. Sobretudo em empresas de controle familiar, separar interesses e manter a perenidade do negócio é um grande desafio, e realizar esse movimento tem sido extremamente produtivo no que tange às organizações catarinenses.

Ainda, considerando que a maior parte dos negócios de Santa Catarina possuem uma base familiar (acompanhando o índice brasileiro de 90%), o investimento em governança caracteriza-se como uma estratégia de longo prazo, impulsionada pelo desejo de longevidade. Logo, direcionar esforços a questões como planejamento sucessório, manutenção do relacionamento e gestão interna é substancial para que, ano após ano, as empresas catarinenses se mantenham em um ritmo de crescimento.

Por isso, a adoção de conselhos de administração com profissionais de mercado é uma prática notável que diversas empresas em Santa Catarina têm implementado com excelência. Este modelo de gestão, conhecido como conselho de administração com conselheiros independentes, destaca-se por incorporar profissionais com uma visão abrangente e uma vasta experiência em diferentes setores do mercado.

Os conselheiros independentes são estrategicamente contratados para proporcionar uma perspectiva externa valiosa, enriquecendo a tomada de decisões estratégicas da empresa. Esses profissionais trazem consigo não apenas conhecimento especializado, mas também uma compreensão aprofundada de segmentos correlatos ou de setores mais avançados em relação aos desafios específicos que a companhia enfrenta.

A contratação de conselheiros independentes vai além da mera diversificação de experiências, pois visa incorporar insights cruciais para o aprimoramento contínuo da organização. Esses conselheiros, muitas vezes provenientes de setores mais avançados ou de nichos relacionados, contribuem significativamente para o desenvolvimento de estratégias mais inovadoras e eficazes.

Além disso, ao incorporar conselheiros independentes, as empresas demonstram um compromisso claro com a excelência na governança corporativa. Essa prática não apenas fortalece a liderança da empresa, mas também a torna mais resiliente às mudanças de mercado, ao aproveitar a experiência diversificada desses profissionais.

Portanto, a criação de conselhos de administração com conselheiros independentes é uma estratégia eficaz para as empresas que buscam não apenas se manterem atualizadas no cenário de negócios, mas também para aquelas que desejam se destacar por meio da inovação e da adaptação contínua às demandas do mercado em constante evolução. E essa é a atual realidade catarinense.

2. Sentimento e Associativismo

Em Santa Catarina, a força do associativismo está intrinsecamente atrelada ao fortalecimento de novos negócios e investimentos, e contribui de maneira expressiva para a economia. Antes de qualquer coisa, cabe mencionar que, nos últimos anos, esse movimento tem ganhado destaque na região, principalmente em decorrência da alta diversificação setorial das companhias. A título de exemplo, sócios de empresas maiores têm ajudado e influenciado empresários de outros setores da região com o incentivo às melhores práticas de gestão, tecnologia e governança.

Embora a competitividade seja uma característica inerente ao mercado, o sentimento regionalista e o associativismo se apresentam como alternativas para o crescimento conjunto. Aspectos como capacitação de pessoal, redução de custos, aprendizagem multidisciplinar, troca de experiências, aumento da lucratividade e incentivo à cultura empreendedora são apenas algumas das vantagens dessa iniciativa que tem projetado a imagem de Santa Catarina no âmbito nacional.

3. Investimento em parque fabril, tecnologia de ponta e escritórios corporativos

Em julho de 2023, a WEG desembolsou cerca de R$80 milhões para a expansão de suas operações no estado de Santa Catarina. A multinacional brasileira, fundada em 1961 e atualmente com sede na cidade de Jaraguá do Sul, tencionava aumentar a verticalização dos processos produtivos no parque fabril em Itajaí, bem como instigar a digitalização da companhia. Mas, além da WEG, diversas outras empresas estão seguindo o mesmo caminho e dirigindo investimentos estratégicos em parques fabris e tecnologia de ponta.

No final de 2023, através do Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense (Prodec), a Secretaria de Estado da Indústria aprovou o montante de R$158,47 milhões em investimentos privados no estado, e parte desse investimento deve ser direcionado à construção, ampliação ou modernização das zonas industriais. E, como exemplo concreto desse cenário, em 2021, a Docol, fabricante de metais sanitários com um parque fabril atualizado, robôs colaborativos e equipamentos autônomos, anunciou investimentos de cerca de R$300 milhões até 2024 em SC para estimular ainda mais seu processo de digitalização.

4. Parcerias e Alianças Estratégicas em escala nacional e global

As alianças estratégicas são, com toda certeza, um forte propulsor da economia catarinense. A partir do estabelecimento de parcerias, os serviços e produtos ofertados pelo estado têm se tornado cada vez mais qualificados e, por consequência, ocorre um aumento da demanda pelo restante do país. Com o estímulo da competitividade, as companhias tendem a aprimorar suas produções. Todavia, com a constituição de alianças e parcerias estratégicas, as empresas de Santa Catarina passam a canalizar sua atuação em uma perspectiva estratégica, compreendendo quais são suas melhores oportunidades de mercado.

Conectando, de certa forma, ao conceito de associativismo, a aliança estratégica pode ser caracterizada como um acordo entre empresas, cujo foco encontra-se no ganho mútuo por meio da união de recursos tangíveis e intangíveis (ainda que as organizações envolvidas mantenham sua independência). Nesse sentido, no que diz respeito a Santa Catarina, o que se observa são questões como financiamento de projetos, desenvolvimento conjunto de soluções, integração de ferramentas tecnológicas, identificação de gaps de produtividade, otimização do customer experience e a utilização da expertise parceira para potencializar resultados.


Sob essa análise, os principais motivos para o sucesso empresarial de companhias catarinenses estão intimamente ligados a uma atuação estratégica, que contempla os níveis de evolução da governança, desenvolvimento tecnológico e relacionamento intersetorial. Por fim, as lideranças que desejarem adentrar o mercado de Santa Catarina devem estar cientes de que o seu maior desafio é a inovação contínua.

Em meio a um contexto de progresso constante, quem estiver à frente de posições de C-Level e Conselho deverá, mais do que nunca, ter consciência da relevância estratégica que o estado possui, bem como das razões (apresentadas acima) para tornar Santa Catarina uma das maiores economias do Brasil.

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