Frente a um mercado cada vez mais volátil, as lideranças precisam estar preparadas para acompanhá-lo com resiliência e adaptabilidade. No que se refere aos processos de recrutamento executivo, o que temos percebido é uma pujante demanda por um perfil orientado à inovação, à gestão estratégica de pessoas e ao gerenciamento de riscos. Entretanto, diversas outras competências (técnicas e comportamentais) também estão na mira das organizações.
Hoje, a competitividade e a busca incessante por reconhecimento acabam por formar profissionais muito mais preocupados com resultados individuais, do que com o crescimento coletivo. Nesse sentido, múltiplas companhias passaram a direcionar seus esforços de R&S a pessoas cujas características culturais estejam atreladas ao desenvolvimento sucessivo de habilidades e talentos da equipe, bem como à capacidade de lidar com situações adversas de maneira assertiva.
Ainda, embora dando continuidade a um movimento que já vinha ocorrendo nos últimos tempos, a Inteligência Emocional será imprescindível para a liderança executiva de 2024. Com a complexidade do atual contexto econômico, o avanço das práticas ESG e a escassez de talentos, saber como gerir as insuficiências do negócio e agir estrategicamente sobre elas será um grande diferencial.
Para que estejam preparados para este cenário, preparamos cinco tópicos que, juntos, compõem o perfil da liderança executiva em 2024. Deve-se lembrar, no entanto, que todas as previsões são baseadas na observação de conjunturas anteriores e não contemplam as idiossincrasias de todos os modelos organizacionais.
1. Visão Holística
Os executivos que quiserem adentrar novos mercados em 2024 devem ter em mente que só será possível fazê-lo com uma visão organizacional panorâmica. Esta, por sua vez, deve compreender o entendimento das dinâmicas gerais da companhia e a capacidade de liderar em ambientes pautados pela multiplicidade. Isso significa que não basta apenas uma atuação intra-setorial – é fundamental que haja um planejamento integrado, que relacione todas as ações empreendidas em cada área.
Somando-se a isso, a visão holística permite que todas as decisões sejam tomadas com maior clareza e objetividade, de modo a otimizar a produtividade e melhorar os índices de desempenho. Um profissional da área de Marketing, por exemplo, não pode estar centrado única e exclusivamente nas suas próprias ações; deve, contudo, dialogar com todos os outros setores, a fim de aprimorar seus processos e produtos apoiando-se na cadeira produtiva com coerência.
2. ESG e gerenciamento de riscos
Ambos os tópicos estão intrinsecamente ligados, posto que a temática ESG traz consigo inúmeras singularidades que devem ser observadas e geridas com prudência. Os critérios estabelecidos pela sigla servem para medir o grau de consciência ambiental, social e de governança que a empresa possui e, portanto, lideranças qualificadas para colocá-las em consonância aos discursos organizacionais têm sido bastante requeridas.
A competência de gerenciamento de riscos, por sua vez, engloba o fato de que, se uma empresa não estiver de acordo com seus discursos, ou se suas ações estiverem distantes da imagem transmitida ao público, as consequências podem ser ainda piores. Logo, lideranças aptas a conciliar o que precisa ser feito em termos de sustentabilidade a como fazê-lo com segurança, estratégia e assertividade constituem um perfil que, em 2024, terá ainda mais destaque.
3. Equilíbrio entre Tecnologia e Pessoas
Os extremos, na maioria das vezes, são prejudiciais. Por isso, o perfil do executivo deste ano deve pautar-se pelo equilíbrio. Sim, é necessário compreender as especificidades da Inteligência Artificial e de novas ferramentas tecnológicas que possam impulsionar o crescimento do negócio, mas as pessoas não podem perder seu protagonismo.
Em um mundo cada vez mais digitalizado, o fator diferenciativo passa a ser direcionado às pessoas. Inovação e criatividade são características inerentes ao ser humano e, à vista disso, investir no desenvolvimento de uma cultura colaborativa e encorajar ideias disruptivas, que ultrapassem as barreiras da tradicionalidade, fazem parte do segredo para o sucesso profissional.
4. Inteligência Emocional
Você sabe o que precisa dizer. Mas, às vezes, saber como dizê-lo torna-se um grande desafio. Nessa perspectiva, a Inteligência Emocional é o conjunto de competências relacionadas à capacidade de controlar emoções e sentimentos e serve, no âmbito corporativo, para evitar conflitos desnecessários, fomentar a automotivação, impulsionar relacionamentos interpessoais e posicionar-se com objetividade.
5. Resiliência e Agilidade
Parecem dois tópicos, mas interagem com frequência e são interdependentes. As lideranças executivas de 2024 irão se deparar com um contexto heterogêneo e repleto de adversidades. Sendo assim, devem ser resilientes, para adaptar-se às mudanças da melhor forma possível. Além de ágeis, para responder às mudanças e oportunidades com a rapidez que o mercado demanda.
Diante disso, em 2024, o que se percebe é uma liderança centrada na racionalidade e guiada pela visão sistêmica. Todas as características apresentadas refletem um perfil dinâmico, ético, flexível, colaborativo e sensato, cujas particularidades conferem-lhe o know-how necessário para navegar, com maestria, pela complexidade da conjuntura empresarial contemporânea.
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