Em termos gerais, a Cultura de Feedback pode ser traduzida como a estruturação contínua de um ambiente de trabalho seguro e salutífero, pautado na comunicação transparente e assertiva entre lideranças e colaboradores. Além disso, pressupõe estratégias intrínsecas à atuação conjunta e implica, sobretudo, em um maior engajamento do público interno e no aumento da lucratividade da companhia.
É importante ressaltar, ainda, que este não é um cenário de unilateralidade. Em uma cultura focalizada no crescimento coletivo, todas as pessoas se sentem confortáveis em expressar suas opiniões e falar abertamente sobre conquistas e frustrações de uma forma propositiva. Isso significa que, embora o retorno sobre o desempenho remeta, por natureza, a um contexto de desagradabilidade, esse momento envolve uma avaliação global e, portanto, compreende o diálogo construtivo acerca de pontos positivos e aspectos a serem melhorados.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Harvard Business Review, 72% dos funcionários acreditam que o feedback de seus gestores é essencial para o seu sucesso no trabalho. Somando-se a isso, segundo dados da Gallup Poll, empresa global de análise e pesquisa de opinião, organizações que investem no feedback recorrente dos colaboradores apresentam taxas de turnover 14,9% mais baixas do que aquelas onde o processo de avaliação não é considerado relevante.
Então, qual é o melhor caminho?
Em primeiro lugar, deve-se abrir mão de concepções restritas e analisar o ambiente organizacional de maneira estratégica, englobando as diferentes características que compõem o quadro de colaboradores.
Em uma modalidade de retorno Feedforward, por exemplo, realiza-se a análise comportamental do colaborador no ambiente de trabalho e, a partir disso, identifica-se quais de suas habilidades profissionais precisam ser desenvolvidas. Enquanto uma sugestão (ou recomendação), os rumos vindouros passam a ser direcionados com transparência e segurança. Já em um feedback multidirecional (mais conhecido como 360°), todos os sujeitos do organograma da companhia são ouvidos, proporcionando uma perspectiva mais ampla a respeito da atuação individual. No entanto, ambos podem complementar-se entre si.
Outrossim, para criar uma Cultura de Feedback, é necessário inserir esse comportamento nas rotinas diárias dos colaboradores e normalizá-lo como parte substancial da cultura organizacional. As pessoas precisam estar cientes da avaliação da companhia em relação ao seu desempenho para que possam desenvolver suas insuficiências e impulsionar, ainda mais, as competências em que se destacam. No entanto, apesar de periódico, esse processo deve ocorrer com espontaneidade.
“Se o feedback for algo que acontece apenas em momentos incomuns (como uma avaliação de desempenho ou quando algo dá errado), nunca será realmente uma parte orgânica da cultura organizacional. Tem que aparecer na vida cotidiana – em uma caminhada pelo corredor, no final de uma reunião, tomando uma xícara de café.”
Harvard Business Review
A constituição dessa cultura inicia pelo treinamento sistêmico de lideranças, cuja essência deve estar no desenvolvimento profissional de cada integrante da equipe e, por consequência, no sucesso do negócio. A partir disso, é possível pensar em diversas estratégias que contemplem o diálogo construtivo. A 1:1 programada, por exemplo, fortalece a confiança entre líderes e colaboradores e possibilita a realização de ajustes contínuos para melhoria de performance.
Ainda, uma conduta baseada na empatia e na construção conjunta também é imprescindível para nutrir o sentimento de pertencimento. Ou seja, precisamos ouvir para compreender, e não para responder. Colocar-se no lugar do outro sempre será um ótimo ponto de partida.
Assim, eis a resposta:
Para além dos tópicos apresentados, criar uma Cultura de Feedback pode mudar os rumos do seu negócio porque estimula a colaboração, promove uma comunicação mais transparente, favorece o desenvolvimento individual, cria equipes mais motivadas, retém talentos e, por fim, propicia melhores resultados, aumentando a lucratividade da companhia e a qualidade do ambiente de trabalho.