Equipes de excelência, em sua maioria, são fruto direto de ações voltadas ao desenvolvimento do público interno. Entretanto, uma delas se destaca significativamente: investir no amanhã – e esse é um dos grandes segredos. Em culturas centralizadoras, lideranças das mais distintas áreas acabam voltando seus esforços a resultados de curto prazo e monopolizando atividades que poderiam ser delegadas. Logo, o chamado “poder da informação” passa a ser, de maneira simultânea, uma ostensiva lacuna no processo de amadurecimento organizacional.
A lógica da centralização possui, em sua essência, o benefício da negociação. Se ninguém, além de você, sabe fazer o que você faz, essa é uma grande vantagem competitiva. Contudo, grandes líderes só chegam às suas posições pela construção conjunta do sucesso. Todos nós temos limites (seja de produtividade ou de criatividade) e, por isso, gerir pessoas significa, sobretudo, administrar habilidades individuais em prol do ganho coletivo, distanciando-se da visão autocentrada e focando no crescimento do negócio.
Ainda, há uma questão importante a ser debatida: se equipes pouco engajadas fazem parte de culturas naturalmente autoritárias, equipes de excelência, por outro lado, surgem e se desenvolvem de modo contínuo porque o conhecimento é distribuído de forma estratégica. Nesse sentido, as lideranças do futuro são constituídas a partir de gestões pautadas em uma visão sistêmica, com foco na longevidade do capital humano. Não há mais espaço para egocentrismos.
Estratégias de projeção de carreira
O real engajamento do público interno é impulsionado, principalmente, no momento em que suas expectativas são alinhadas à realidade da empresa. Dificilmente um colaborador com potencial para assumir posições de liderança esperará muito tempo para fazê-lo se a companhia não possuir estratégias claras de planejamento sucessório. Assim, o interesse tangível em programas de projeção de carreira pode, com toda certeza, estimular a excelência, aumentando a produtividade e otimizando a geração de resultados.
Além disso, se uma pessoa sabe até onde pode chegar e o que precisa fazer para alcançar a posição que anseia, a expansão de seus resultados será apenas o reflexo concreto de suas aspirações profissionais. Frente a uma governança preocupada com o futuro, a liderança do amanhã mostra sua competência e espera ser reconhecida pelo trabalho que desempenha.
Conexão intergrupal
Esse movimento não para na ação individual: conscientes dos impactos da estruturação de uma equipe verdadeiramente comprometida e de seus reais papéis (e possibilidades) na engrenagem organizacional, os colaboradores passam a conectar-se e incentivar-se entre si, fomentando ainda mais a excelência. Os gestores, nesse contexto, têm de agir como propulsores, tencionando facilitar a troca de informações e guiar seus liderados ao processo de transição.
“Devemos derrubar os muros que nos separam e incentivar diálogos produtivos, trocas de valor e um ecossistema no qual o reconhecimento não é temido, mas impulsionado.”
Gestão RH, ed. 161, 2023
Gestão de desempenho
A cultura de feedback também é fundamental para facilitar o desenvolvimento do público interno e, por consequência, a concepção de times de excelência. Ainda, é nesse momento de interação que se pode acordar próximos passos em relação ao crescimento dentro da companhia, compreendendo a efetividade da atuação presente e desenhando perspectivas para o futuro.
Outro ponto relevante é que a frequência do feedback possui uma expressiva influência nos resultados compartilhados. De acordo com a Harvard Business Review, esses diálogos fornecem clareza sobre o que se espera de cada membro da equipe, bem como elucidam as maneiras pelas quais cada um pode fazer o seu melhor, criando uma cultura de confiança e transparência.
“Saber onde você está – e aprender sobre seus erros enquanto ainda há tempo para corrigi-los – é o mais importante de tudo. Para ser capaz de se adaptar às mudanças e garantir a motivação da equipe, é necessário compreender o que está sendo feito corretamente e onde estão as principais falhas.”
Harvard Business Review
A alta performance é um produto do estímulo estratégico, advindo de múltiplas frentes e pautado pelas pessoas. Todavia, objetivando impulsionar essa temática e torná-la ainda mais instigante, nosso próximo artigo terá como temática principal a cultura de feedback.