Evermonte Executive Search | Estamos em um momento de reavaliação dos modelos de trabalho
Nos últimos anos, o mundo do trabalho passou por uma transformação drástica. A pandemia obrigou empresas de todos os tamanhos e setores a migrarem para o home office, muitas vezes de forma não planejada, e a experiência foi diferente para cada organização. Algumas descobriram novas formas de colaborar e prosperar à distância, enquanto outras enfrentaram dificuldades para manter o engajamento e a produtividade.
Agora, frente a um cenário mais estabilizado, é hora de olhar para frente e refletir: como queremos trabalhar daqui em diante? O que funcionou durante a pandemia pode não ser sustentável no longo prazo, e o modelo ideal para sua empresa depende de vários fatores, como o tipo de trabalho realizado, a cultura organizacional e as necessidades do time. Atualmente, vemos três grandes caminhos sendo seguidos: a adoção total do trabalho remoto, o retorno completo ao escritório ou a busca pelo equilíbrio com o modelo híbrido.
As empresas que abraçaram o trabalho 100% remoto
Para algumas empresas, o home office foi uma solução que veio para ficar. Essas organizações perceberam que a eliminação do espaço físico trouxe uma série de vantagens, inclusive em termos de produtividade. Um estudo da Universidade de Stanford revelou que colaboradores trabalhando de casa podem ser até 13% mais produtivos, graças à redução de interrupções e ao tempo economizado em deslocamentos.
Além disso, em muitos casos, os escritórios foram vendidos ou transformados em espaços de coworking. Segundo um estudo da Deloitte, essas empresas economizaram cerca de 30% em custos operacionais. Além da redução das despesas, essa decisão abriu portas para a contratação de profissionais de qualquer lugar do mundo, quebrando barreiras geográficas que antes limitavam as equipes.
No entanto, essa escolha não é isenta de desafios. Empresas 100% remotas precisam investir pesado em estratégias de comunicação e engajamento, já que manter um senso de pertencimento à distância pode ser difícil. Logo, as lideranças devem estar preparadas para criar uma cultura organizacional que funcione em um ambiente virtual.
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As empresas que voltaram ao presencial 100%
Para outras organizações, por outro lado, o retorno completo ao escritório foi uma decisão estratégica. O CEO da Tesla, Elon Musk, destacou em uma entrevista para a CNBC que a interação presencial é essencial para manter uma cultura de alta performance. Embora o retorno ao presencial possa parecer um retrocesso para alguns, ele traz vantagens específicas. A presença física reforça os laços entre os times e facilita a integração de novos colaboradores, algo mais difícil de alcançar remotamente, além de fomentar interações espontâneas importantes para a manutenção da cultura.
As empresas que escolheram o modelo híbrido
Por fim, o modelo híbrido tem se destacado como uma das opções mais adotadas. Segundo a McKinsey, 58% dos colaboradores preferem um formato híbrido, enquanto apenas 17% desejam voltar ao presencial integralmente. Empresas como Microsoft e Nubank estão liderando o caminho no uso estratégico do modelo híbrido. Ambas permitem que as equipes escolham os dias no escritório com base em momentos mais estratégicos de interação. O segredo, no entanto, está na execução: é essencial definir expectativas claras, manter uma comunicação fluida e garantir que a experiência seja produtiva para todos.
Estamos vivendo um momento único de reavaliação. Nunca antes as empresas tiveram tanta liberdade para repensar como querem trabalhar. Nesse sentido, o modelo ideal não é uma fórmula pronta — ele depende da realidade de cada organização, do tipo de trabalho realizado, da região em que a companhia está inserida e, acima de tudo, das pessoas que compõem o time. Encontrar equilíbrio pode exigir experimentação, ajustes e até erros ao longo do caminho, mas o resultado vale a pena.
Independente do modelo escolhido, o mais importante é que a decisão esteja alinhada aos valores da empresa e às expectativas dos colaboradores. Afinal, o trabalho não é apenas o que fazemos, mas também como e com quem o fazemos.
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