Presença das mulheres em posições de liderança no agronegócio | Evermonte Executive Search
Se há apenas alguns anos discutíamos a presença feminina em cargos de média gestão, hoje estamos testemunhando uma transformação profunda: as mulheres estão conquistando posições de alta liderança e moldando o futuro do setor com uma nova visão e abordagem.
Mas o que realmente está impulsionando essa transformação? O aumento na educação e qualificação das mulheres, aliado a iniciativas de inclusão robustas e ao fortalecimento de redes de apoio, está criando um ambiente onde a liderança feminina tem ganhado cada vez mais espaço e visibilidade. Por isso, neste texto, iremos explorar os reais impactos desse movimento, sobretudo quando falamos a respeito de novas práticas de mercado e o preparo das mulheres para conduzi-las em um setor tão multifacetado quanto o agronegócio.
Boa leitura!
Segundo dados do SEBRAE, o agronegócio é um dos grandes pilares da economia brasileira, representando cerca de 26% do PIB e empregando mais de 10 milhões de pessoas. Mesmo durante a pandemia, período que trouxe desafios para inúmeros setores, o agro continuou sua trajetória de crescimento. E o impacto dessa expansão não é apenas econômico. Ele também reflete transformações importantes dentro do setor, como a maior diversificação de perfis que assumem cargos de liderança e tomam decisões estratégicas.
Entre essas mudanças, destaca-se a crescente presença feminina em posições de liderança no agro. Historicamente dominado por homens, o setor começa a vivenciar uma renovação que traz consigo novas perspectivas e abordagens. Mulheres estão ocupando papéis estratégicos e ajudando a moldar o futuro do segmento, impulsionando inovações e colaborando para o seu desenvolvimento sustentável e competitivo. Essa transformação não passa despercebida e levanta uma reflexão importante sobre o impacto da liderança feminina no futuro do agronegócio brasileiro.
Em 2023, quase 11 milhões de mulheres estavam empregadas no agronegócio, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Elas comandam 31% das propriedades rurais e ocupam 19% dos cargos de direção nas empresas do setor. Dessas líderes, 73,1% estão diretamente envolvidas nas operações internas, 13,9% na cadeia produtiva, e 13% nas etapas anteriores. Esses dados demonstram o crescimento contínuo da presença feminina no setor e a ampliação de suas contribuições em diversas áreas.
“Uma pesquisa da organização Leadership Circle com base em análises de mais de 84 mil líderes e 1,5 milhão de avaliadores (incluindo chefe, chefe do chefe, colegas, subordinados diretos e outros), mostra que as lideranças femininas aparecem com mais eficácia do que seus colegas homens em todos os níveis de gerenciamento e faixas etárias.” | FORBES
Ainda, o estudo aponta que as mulheres se destacam por uma comunicação mais clara e pela habilidade de transformar suas equipes em grupos coesos e alinhados, promovendo um ambiente colaborativo e focado em resultados. Isso demonstra como a liderança feminina pode oferecer vantagens significativas na gestão e no desempenho coletivo.
A transformação no cenário de liderança feminina no agronegócio é impulsionada por diversos fatores, como o aumento no nível de educação e qualificação das mulheres, iniciativas de inclusão promovidas por empresas e o fortalecimento de redes de networking.
Você pode se interessar também por: O agronegócio está se reinventando
Aumento na educação e qualificações
Um dos principais fatores que impulsionam a crescente participação feminina no agronegócio é o aumento no nível de educação e qualificação das mulheres. Dados do Censo do Ensino Superior mostram que, entre 2010 e 2020, a proporção de mulheres matriculadas em cursos de agronomia e ciências agrárias saltou de 33% para 41%. Esse aumento reflete uma busca ativa por especialização e competências técnicas, essencial para assumir papéis de liderança e responsabilidade dentro do setor agrícola.
Iniciativas de inclusão
Organizações e instituições estão criando políticas de diversidade que oferecem suporte específico para mulheres empreendedoras e líderes. A Bayer, por exemplo, se destaca não apenas com seu Prêmio Mulheres do Agro, mas também com seu compromisso global de atingir 50% de mulheres em todos os cargos de liderança até 2030. Além de ações corporativas, iniciativas governamentais e privadas estão oferecendo suporte adicional, como financiamentos, treinamentos e consultorias especializadas, criando um ecossistema mais inclusivo.
Espaços de networking e visibilidade
Eventos como o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) não só proporcionam um espaço valioso para o compartilhamento de experiências e a ampliação da visibilidade feminina, mas também facilitam a criação de conexões importantes e a formação de alianças estratégicas. Esses eventos oferecem oportunidades para a participação em painéis, workshops e discussões sobre tendências e desafios do setor, permitindo que as mulheres se posicionem como líderes e especialistas. Além disso, feiras e exposições voltadas para o agronegócio, bem como plataformas digitais e redes sociais dedicadas ao setor, também desempenham um papel significativo ao permitir que as mulheres mostrem seus projetos, compartilhem suas histórias de sucesso e ampliem sua influência.
O que antes era um campo restrito aos homens agora está se abrindo para uma nova era de liderança feminina. Se há alguns anos debatíamos a presença de mulheres em posições de média gestão, hoje estamos testemunhando um cenário onde mulheres estão dominando a alta gestão, redefinindo estratégias e moldando o futuro do setor. Esse salto não é por acaso: é fruto de um aumento significativo na educação e qualificação das mulheres, de iniciativas de inclusão e do fortalecimento de redes de apoio.
As empresas do agronegócio não estão apenas aceitando, mas ativamente buscando mulheres para liderar suas operações. Elas reconhecem que a diversidade de gênero não é apenas uma tendência, mas uma vantagem competitiva crucial. Celebrar essa transformação é mais do que reconhecer a mudança: é entender que o agronegócio está se reinventando para um futuro onde a liderança feminina é não apenas valorizada, mas fundamental para a inovação e crescimento do setor.
Leia também: Como gerenciar um colaborador de baixo desempenho em uma empresa familiar?
Presença das mulheres em posições de liderança no agronegócio | Evermonte Executive Search