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Modificações e tendências no mercado executivo: o que esperar para o próximo ano?

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Em meio a uma variedade de perspectivas sobre os mais diversos assuntos, decidimos compilar as percepções de quem se encontra na linha de frente do processo de recrutamento de lideranças. Dessa forma, nosso maior objetivo é poder contribuir para movimentações assertivas, que contemplem os novos modelos mercadológicos adotados pelas organizações contemporâneas.

Ouvimos a opinião de nosso time de Headhunters para trazer, em primeira mão, as principais modificações e tendências observadas no mercado executivo. Assim, neste artigo, iremos apresentar as singularidades analisadas nas áreas de Vendas e Marketing, Finanças, Comercial, Operações e Recursos Humanos. 


Vendas e Marketing | Comercial

Um dos movimentos gerais verificados por nossa equipe é a associação da área de Marketing a Novos Negócios, de maneira a torná-la ainda mais estratégica em termos de relacionamento e prospecção de novos clientes. Além disso, considerando o ciclo contínuo de análise e monitoramento de mercado, unir ambos os setores significa otimizar os resultados a partir da atuação conjunta, direcionando-se ao crescimento da companhia. 

Outro ponto apresentado é a migração de lideranças de Comunicação e Marketing de Varejo para outros segmentos. A crise no setor – ocasionada pela combinação da alta taxa de juros à inadimplência do consumidor – tem fomentado a busca por campos mais sólidos, com um olhar de longo prazo e um histórico positivo em relação às oscilações econômicas. Nesse sentido, com a perda de budget e a desvalorização da área, os gestores de Comunicação e Marketing neste contexto estão avaliando reestruturar suas carreiras profissionais. 

Ademais, cabe mencionar que, quando se fala em remuneração variável na área Comercial, múltiplas empresas têm demonstrado um cenário otimista. No mesmo período, em 2022, o pagamento do bônus anual não aconteceu integralmente. Entretanto, a expectativa é que isso ocorra com maior facilidade no final de 2023

No que se refere à contratação de executivos, o que se percebe é uma certa sazonalidade. É comum que, nesta época do ano, ninguém queira sair das posições atuais em função da remuneração variável, e a grande parte das companhias esteja ansiando realizar suas contratações de modo imediato, a fim de iniciar o próximo ano com seu quadro de lideranças completo. Atentar-se a esse cenário pode ser decisivo para quem deseja realizar uma movimentação de carreira.

Por fim, algumas das tendências identificadas se referem à orientação a dados, à volta de um modelo de trabalho 100% presencial e à busca de incentivos de longo prazo (ILP) – inclusive, executivos mais seniores estão aceitando movimentações cuja remuneração fixa é semelhante à atual, mas o ILP é visto como um diferencial competitivo – e de alocação em condições de mobilidade. 

Finanças

Antes de qualquer coisa, é necessário dizer que o contexto macroeconômico vai direcionar a área de finanças em 2024. A taxa de juros, hoje, tem uma inclinação para baixo, e a tendência é que, no próximo ano, se a questão fiscal não estiver minimamente resolvida, haja uma baixa ainda maior. Com isso, há uma propensão significativa para o surgimento de novos investimentos dentro das companhias, o que aumenta a demanda da área de FP&A (Planejamento e Análise Financeira). Somando-se a isso, com a análise de novos investimentos, possivelmente o mercado de M&A tende a crescer.

Outrossim, talvez, as multinacionais passem a reter um pouco de seus recursos para o Brasil, já que a taxa de juros nos EUA vem crescendo. É possível, ainda, que uma questão de relacionamento bancário seja muito importante, sobretudo para multinacionais que realizam muitas operações intercompany. Com a taxa de juros americana novamente mantida em 5,25% e 5,50%, as empresas tendem a preferir manter o dinheiro no âmbito internacional pela rentabilidade de suas aplicações. Logo, algumas empresas a nível global podem iniciar um relacionamento bancário mais próximo do Brasil para mitigar o envio de recursos. 

A Reforma Tributária também está gerando uma certa insegurança político-econômica no Brasil, dado que não se sabe exatamente o que vai acontecer em relação à temática e porque muitas empresas – que são lucrativas – operam com base em benefícios fiscais (principalmente empresas que têm estruturas industriais robustas). E, a partir disso, essas empresas tendem a ter uma movimentação excessiva, reforçando tanto uma área tributária/fiscal (ou seja, de planejamento tributário) a nível interno, quanto uma área de planejamento de negócios (novamente reiterando a expressividade do FP&A).

No que tange ao perfil dos candidatos, há uma procura considerável por pessoas que possuam habilidades técnicas, mas com um bom desenvolvimento de competências comportamentais, relacionadas à gestão de pessoas e comunicação interpessoal, além do olhar para a área de negócios. O foco deve estar no todo, e não mais nos resultados individuais. 

Recursos Humanos

Algo que temos visto com frequência é a procura por um RH mais centralizado (no modelo CSC). Ainda, há uma demanda expressiva em relação a posições de Talent Acquisition e Gerências LATAM, demonstrando que o setor de RH ampliou seu escopo de atuação e está ganhando, cada vez mais, uma roupagem estratégica, que se reflete em suas demandas cotidianas. 

No que diz respeito a segmentos de atuação, há uma procura crescente por Gerentes e Diretores de Recursos Humanos na Indústria, enquanto o movimento contrário é percebido no Varejo, onde os índices de turnover, historicamente elevados, estão ainda maiores. Não obstante, semelhantemente a outras lideranças, os RHs de Varejo estão buscando novos segmentos devido à crise do setor.

Com a automatização da esfera de Departamento Pessoal (benefícios, gestão de férias, folha de pagamento, etc.), a base de atuação da área de Recursos Humanos tem se modificado fortemente. Seu foco atual encontra-se no desenvolvimento das pessoas e da própria cultura organizacional de uma maneira mais concreta, com planejamento, organização e metrificação de resultados. Sob essa análise, as contratações do próximo ano tendem a ser muito mais pautadas em um processo de transformação cultural e desenvolvimento humano do que em uma reestruturação de questões remuneratórias, por exemplo. 

O investimento em People Analytics também vai aumentar, e as lideranças de RH devem estar preparadas para isso. A criação de uma cultura analítica e apoiada em dados tem de ser prioridade, dado que esta não é mais uma tendência, mas sim, a realidade intrínseca das organizações contemporâneas. 

Operações

Em relação aos processos seletivos da área de Operações, o que se nota é uma mudança no perfil ideal por parte das companhias, antes focadas apenas em atributos técnicos e background em escolas de referência no mercado (preferencialmente multinacionais), com pós graduações internacionais nas áreas técnicas de atuação. Hoje, os olhares estão mais voltados a perfis comportamentais focados em resolução de conflitos, engajamento de times e forte característica relacional, com passagens em diferentes culturas e um forte viés de adaptabilidade.

Sem dúvidas, as soft skills entraram com força nas áreas de operações, elevando sua relevância estratégica para posições de liderança. No entanto, outro aspecto interessante é o aumento da busca por perfis com um bom trânsito, desde o C-Level e Conselho, até níveis mais operacionais, que acreditam e executam um modelo de gestão Gemba (ir para onde as coisas realmente acontecem e, a partir disso, conceber uma solução para o problema).

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