Turnover: Por que os colaboradores estão permanecendo menos tempo nas companhias? | Evermonte Executive Search
Hoje, o Brasil é o país com maior índice de turnover a nível global (cerca de 56%), Além disso, em 2023, 39% dos desligamentos no Brasil foram voluntários, isto é, por iniciativa do colaborador. Ambos os dados trazem consigo, além de um reflexo direto das implicações pós-pandêmicas, um claro retrato do perfil profissional que vem sendo delineado nos últimos anos. Cada vez mais, o tempo de permanência nas companhias está diminuindo, sobretudo em função das novas lógicas de projeção de carreira e sucesso profissional.
Em relação ao mercado executivo, podemos observar mudanças sem precedentes. Antes, uma única pessoa poderia ocupar, por anos, a mesma posição. Entretanto, a centelha da inquietude vêm batendo à porta, com uma mensagem que, ao que parece, tem se perpetuado entre as percepções das novas lideranças: O sucesso não está mais atrelado à permanência ad aeternum em uma mesma companhia. Está, na verdade, fortemente conectado à capacidade de reinventar-se todos os dias.
Decisões arrojadas estão impulsionando líderes resilientes, e fomentando ainda mais a competitividade das empresas em um cenário de escassez de talentos. Talvez, as pessoas não estejam mais dispostas a vivenciar más experiências em troca de estabilidade. Talvez, alguns líderes estejam prontos para empreender. Ou, a satisfação profissional, em alguns casos, seja mais importante do que um pacote robusto de remuneração. Independentemente dos múltiplos motivos que incitam a não-permanência, uma coisa é inquestionável: a estrutura remuneratória é extremamente importante em termos de retenção de talentos, mas, no final do dia, o projeto faz toda a diferença.
Isso significa que o aumento do turnover é, pelo menos nos moldes tradicionais de gestão, inevitável. Novos projetos surgem a todo momento, e a movimentação decorre exatamente disso. As pessoas querem atuar em espaços onde possam deixar o seu legado, onde sejam ouvidas, onde consigam, de fato, gerar resultados. Logo, sua trajetória profissional será guiada pela transformação contínua.
Mas, o que as companhias podem fazer a respeito? Há maneiras de reverter ou mitigar os índices de rotatividade?
Em primeiro lugar, deve-se operar em uma lógica de inovação constante. O colaborador pode estar no mesmo lugar há anos, mas precisa sentir como se, dia após dia, estivesse em ambientes totalmente diferentes. Ele precisa ser desafiado a ampliar suas ideias e colocá-las em prática. E, claro, ter abertura e suporte suficientes para fazê-lo com êxito. Além disso, investir esforços em novos modelos e estratégias de gestão, incluindo o fomento de um mindset de lifelong learning, pode ser um ótimo começo. O terceiro ponto pode parecer óbvio, mas também precisa ser feito: é necessário ouvir o que as pessoas têm a dizer.
Compreendendo as insuficiências de dentro para fora, as chances de reter bons profissionais inclinados à movimentação podem aumentar consideravelmente.
Para você, por que as lideranças estão ficando menos tempo em seus cargos? O que as leva optar pela movimentação de carreira?
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